Na passada quarta-feira o FC Porto deslocou-se a Milão para a 4ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
O resultado de 1-1 não correspondeu à altura da exibição da equipa de Sérgio Conceição. Uma primeira parte em que o FC Porto imprimiu um ritmo muito forte ao jogo, com uma constante pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe que podiam surgir para esse mesmo jogador. Quem recebia a bola tinha de imediato um jogador do Porto na pressão e por trás as respectivas coberturas.
Vamos analisar de seguida alguns lances defensivas que comprovam o que acabamos de escrever nas linhas anteriores.
Mas nem tudo por perfeito, também lá iremos.
Do ponto de vista estratégico a equipa colocou-se em campo com a sua habitual estrutura de jogo, ou seja o 1-4-4-2.
No entanto quando a pressão era exercida perto da grande área do AC Milan, Taremi baixava para as costas de Evanilson, julgamos nós com o propósito que a bola não entrasse por dentro em Bennacer ou Tonali. Como se pode observar pela imagem formava-se um losango com Grujic e Sérgio Oliveira por trás na cobertura a esta primeira linha de pressão.
A equipa principalmente durante a 1ª metade do encontro conseguiu manter uma grande compactação sobre o corredor central, não permitindo o jogo interior do Milan na sua 1ª fase de construção.
Um dos aspectos fundamentais para que uma equipa consiga fazer esta pressão alta e compacta, é o posicionamento da sua linha defensiva.
Como podemos ver na figura imediatamente a seguir, constatamos que a linha de 4 não consegue estar mais subida do que isto. Para que este posicionamento seja bem sucedido é muito importante a colocação dos apoios principalmente dos dois centrais. Verificamos que Pepe e Mbemba já estão com os apoios preparados para retirar profundidade ao ataque do AC Milan.
Quisemos trazer aqui um pormenor dos princípios defensivos do FC Porto. Pepe por principio desloca-se muita vezes para os corredores para fazer coberturas aos colegas. Com estes deslocamentos para os corredores é normal que a zona central fique desprotegida. A solução encontrada é o baixar de um dos médios. Neste caso que vemos na imagem é Sergio Oliveira a ocupar esse espaço.
A sensação que nos deixa, é que Sérgio Oliveira não é o jogar mais dotado para estar nesta posição tão importante. Lembramos que desde a saída de Danilo o FC Porto não tem tido um jogador com estas características para poder colmatar as saída dos seus centrais na cobertura.
Mas nem tudo foi perfeito nesta exibição do FC Porto. Na ânsia de pressionar o adversário por vezes esquecemos de controlar os espaços mais perto da nossa baliza colocando em risco a nossa organização defensiva.
Impedir a superioridade numérica do adversária perto da nossa baliza deve ser um dos princípios mais bem defendidos por todas as equipas.
Nas imagens seguintes vemos um momento em que o Porto não conseguiu colocar em pratica este princípio fundamental.
5X4, superioridade numérica perto da área do adversário, mas num espaço mais à frente já a superioridade era do AC Milan, com 4x2.
Num momento seguinte já a equipa do AC Milan consegue estar com dois jogadores a mais e no meio campo defensivo do FC Porto.
Felizmente para a equipa Portuguesa a jogada acabou por não ter um desfecho infeliz, por uma má decisão de um jogador Milan.
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